terça-feira, 9 de agosto de 2011

TRANSGREDIR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO

É muito fácil amar alguém, porém, amar não é nada fácil!!! 
  
É com essa reflexão que inicio este texto simples, mas, saído do fundo da alma, escrito com um sentimento nervoso, fruto de uma paixão que me move sempre em linha para um horizonte cheio de brumas e visões nem sempre translúcidas, porém,  nem sempre tão obscuras... Por amar demais, por sentir um turbilhão fervilhando em mim é que acabei por escrever este texto. Ele não foi pensado como uma obra de arte, não tem pretensão de ser um texto literário nem de me promover ou levantar qualquer suspeita sobre este tão simples autor... apenas ele existe em mim e precisa ser posto para fora, ele não cabe mais dentro de mim, ele ultrapassa a fronteira do meu corpo e salta pelos meus dedos para o computador num impulso frenético, quase febril e aí está, na sua frente, pronto para ser lido... agora é com você, não se obrigue a lê-lo, apenas faça isso se te der prazer!!! 

A razão em nós precisa ser bastante sábia a ponto de conter os monstros criados por nossa própria consciência (ou inconsciência). A sociedade que criamos nos escraviza com as suas convenções a ponto de assassinarmos dentro de nós mesmos grandes sentimentos, grandes projetos, grandes sonhos... e nos tornamos cemitérios das nossas próprias criações, às vezes, as mais sublimes criações que somos capazes de produzir!

Somos tão frágeis para enfrentar os preconceitos que até o mais simples passo que damos em direção à vontade expontânea, parece nos fazer andar em desatino. O caminho a seguir, que à frente se nos estende, parece ser sombrio e sunuoso quando, em nós, o sentido do querer perpassa pela necessidade de perceber que não vivemos para nós mesmos, mas sim, para dizer ao outro que faço o que faço porquê é o certo (ou o que convencionamos ser o certo) e não aquilo que eu faça por vontade, impulso, desejo ou porque me faz bem.


Esta imagem representa "Gilliatt", o personagem principal do livro "Os Trabalhadores do mar" do Mestre Victor Hugo. Clique no link acima, leia a resenha do livro e entenda porque esta imagem foi utilizada aqui.

É tolice pensar que cada um de nós é independente, livre, espontâneo, autônomo...




Não!!! 


Precisamos dar satisfação pelo que fazemos, pelo que sentimos, pelo que queremos. É preciso, muitas vezes esconder no peito um sentimento, uma paixão, um desejo, uma vontade. São as algemas e amarras da invenção da vida em sociedade. É a partir desses conceitos, preceitos e preconceitos que elaboramos nossas leis, nossos regulamentos, nossas regras de conduta e nossas ideias do que venham a ser o certo e o errado.

É a partir desse conhecimento do mundo das relações interpessoais que criamos o conceito de transgressão. Transgredir pode significar transpor uma barreira que pode representar a destruição de todo um projeto de vida, mesmo quando essa ”transgressão” possa, interiormente, representar o mais árduo desejo de se concretizar uma paixão, quiçá, um amor verdadeiro!

Um peito que sangra, uma alma que delira... é assim a vida de quem nasceu para sonhar, amar, se apaixonar, viver sem estar preso. 

Mesmo não sendo fácil admitir e, compreendendo que fugir à regra social em que seguir o rumo das paixões mais verdadeiras e despretenciosas é transgredir, além de se ter em mente que, para a sociedade, viver segundo o sabor dos ventos do sentimento livre e espontâneo não é viver de verdade, só posso concluir, parafraseando o poeta, que:
 
“TRANSGREDIR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO”.